sexta-feira, 3 de abril de 2009

Alguns Exus

João Caveira

João Caveira é o nome de uma falange de exu de Umbanda (entidade espiritual) da Quimbanda e Umbanda brasileira.

Trata-se de uma das falanges de entidades responsáveis pelo encaminhamento das almas (espíritos desencarnados) que vagam nos cemitérios para áreas de captação e triagem.

É representado por um homem carregando um crânio humano. Em outra versão é a própria caveira em pé. Normalmente é associado como estando localizado no portão do cemitério (calunga), mas sua ação é muito mais abrangente.

Suas manifestações mediúnicas são ocorrentes nos terreiros. É uma entidade séria e de poucas palavras, normalmente indo diretamente ao assunto.

João Caveira pertence à falange do Exu Caveira, que por sua vez é regida pelo orixá Omolu.


Exu Marabô

Tão forte e prestativo quanto qualquer outro exu, que trabalhe nas searas das casas religiosas de Umbanda e Candomblé. É um mensageiro que vem pela linha de Xangô.

Contudo este Exu se destaca por sua postura, pela maneira de se portar e de falar. Normalmente, é uma entidade bastante reservada, que tem por hábito a observação de tudo que acontece ao seu redor. Na maioria das casas, onde se apresenta, não é daqueles Exus mais “descontraídos”, “brincalhões”. Seriedade e trabalho, parecem ser suas palavras de ordem.

Em relação a sua linha de trabalho, normalmente o médium que recebe Seu Marabô, também recebe Exu Mangueira, Exu Veludo, Exu 7 Caveiras, Maria Padilha ou uma Pombagira Cigana.

O reino estava desolado pela súbita doença que acometera a rainha. Dia após dia, a soberana definhava sobre a cama e nada mais parecia haver que pudesse ser feito para restituir-lhe a saúde. O rei, totalmente apaixonado pela mulher, já tentara de tudo, gastara vultosas somas pagando longas viagens para os médicos dos recantos mais longínquos e nenhum deles fora capaz sequer de descobrir qual era a enfermidade que roubava a vida da jovem. Um dia, sentado cabisbaixo na sala do trono, foi informado que havia um negro querendo falar com ele sobre a doença fatídica que rondava o palácio. Apesar de totalmente incrédulo quanto a novidades sobre o caso pediu que o trouxessem à sua presença. Ficou impressionado com o porte do homem que se apresentou. Negro, muito alto e forte, vestia trajes nada apropriados para uma audiência real, apenas uma espécie de toalha negra envolta nos quadris e um colar de ossos de animais ao pescoço. - Meu nome é Perostino majestade. E sei qual o mal atinge nossa rainha. Leve-me até ela e a curarei. A dúvida envolveu o monarca em pensamentos desordenados. Como um homem que tinha toda a aparência de um feiticeiro ou rezador ou fosse lá o que fosse iria conseguir o que os mais graduados médicos não conseguiram? Mas o desejo de ver sua amada curada foi maior que o preconceito e o negro foi levado ao quarto real. Durante três dias e três noites permaneceu no quarto pedindo ervas, pedras, animais e toda espécie de materiais naturais. Todos no palácio julgavam isso uma loucura. Como o rei podia expor sua mulher a um tratamento claramente rudimentar como aquele? No entanto, no quarto dia, a rainha levantou-se e saiu a passear pelos gramados como se nada houvesse acontecido. O casal ficou tão feliz pelo milagre acontecido que fizeram de Perostino um homem rico e todos os casos de doença no palácio a partir daí eram encaminhados a ele que a todos curava. Sua fama correu pelo reino e o negro tornou-se uma espécie de amuleto para os reis. Logo surgiram comentários que ele seria um primeiro ministro que agradaria a todos, apesar de sua cor e origem, que ninguém conhecia. Ao tomar conhecimento desse fato o rei indignou-se, ele tinha muita gratidão pelo homem, mas torná-lo autoridade? Isso nunca! Chamou-o a sua presença e pediu que ele se retirasse do palácio, pois já não era mais necessário ali. O ódio tomou conta da alma de Perostino e imediatamente começou a arquitetar um plano. Disse humildemente que iria embora, mas que gostaria de participar de um último jantar com a família real. Contente por haver conseguido se livrar do incomodo, o rei aceitou o trato e marcou o jantar para aquela mesma noite. Sem que ninguém percebesse, Perostino colocou um veneno fortíssimo na comida que seria servida e, durante o jantar, os reis caíram mortos sobre a mesa sob o olhar malévolo de seu algoz. Sabendo que seu crime seria descoberto fugiu embrenhando-se nas matas. Arrependeu-se muito quando caiu em si, mas seus últimos dias foram pesados e duros pela dor da consciência que lhe pesava. Um ano depois dos acontecimentos aqui narrados deixou o corpo carnal vitimado por uma doença que lhe cobriu de feridas. Muitos anos foram necessários para que seu espírito encontra-se o caminho a qual se dedica até hoje. Depois de muito aprendizado foi encaminhado para uma das linhas de trabalho do Exu Marabô e até hoje, quando em terra, aprecia as bebidas finas e o luxo ao qual foi acostumado naquele reino distante. Tornou-se um espírito sério e compenetrado que a todos atende com atenção e respeito. Saravá o Sr. Marabô!

Obs.: A Falange do Exu Marabô é formada por inúmeros falangeiros que levam seu nome e esta é apenas uma das muitas histórias que eles têm para nos contar.

Exu Veludo

Segundo algumas histórias, vem das costas orientais da África, era swahili (negro arabizado). Usa um turbante na cabeça, e lindos tecidos de veludo trazidos de oriente, que lhe valeram o apelido na Kimbanda de "veludo" Dado a sua forma luxuosa de se vestir, no estilo muçulmano, muitos que viram seu tipo de apresentação através da mediunidade, o confundiram com um cigano e o associaram com os mesmos. Isto não significa que não trabalhe com os ciganos, ao contrário, tem inclusive uma passagem ou caminho que se apresenta como um.

Tem muitos conhecimentos sobre feitiços que se fazem utilizando panos, tigelas, agulhas, pembas e outros ingredientes. Abre os caminhos e limpa trabalhos negativos feitos nos cemitérios. Gosta de um bom whisky e grossos charutos.


Algumas variantes são:

Exu Veludo da Meia Noite
Exu Veludo Cigano
Exu Veludo 7 Encruzilhadas
Exu Veludo Menino (Veludinho)
Exu Veludo dos 7 Cruzeiros
Exu Veludo das Almas
Exu Veludo dos Infernos
Exu Veludo da Kalunga
Exu Veludo da Praia
Exu Veludo do Oriente
Exu Veludo Sigatana
Exu Veludo do Lixo


Exu-Mirim

Exu-Mirim é uma classe de espíritos com diversas denominações que incorpora nos terreiros de Umbanda. Possuem um traçamento ou mistura de Crianças com Exus. São por vezes chamados de Crianças de Esquerda. Alguns são a mistura de Crianças com Malandros, resultando num Malandrinho.

Anteriormente expulsas dos terreiros por conta do preconceito, essas entidades hoje mais aceitas, possuem grande força de cura e suas brincadeiras e traquinagens são um veículo para a resolução de muitos problemas.

Exemplos de Exus-Mirins: Joãozinho Navalha, Exu Brasinha, Exu Foguinho, Zezinho da Encruzilhada, Pedrinho do Cemitério, entre outros.

Seu Sete da Lira

Seu Sete da Lira é uma manifestação de exu, um orixá das religiões afro-brasileiras. Era incorporada pela mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis, no início da década de 1970.

A entidade obteve destaque na mídia brasileira a partir da apresentação ao vivo, pela TV Globo e pela extinta TV Tupi, de sessões que causaram viva polémica:

"Logo em seguida, no dia 29, último domingo de agosto [de 1971], aconteceu o episódio que mexeu de vez com a suscetibilidade e os brios dos partidários da censura. A disputada mãe-de-santo Dona Cacilda de Assis (que dizia receber o espírito do 'Seu Sete da Lira', um exu da Umbanda) transformou os estúdios da Globo e da Tupi em verdadeiros terreiros de macumba. 'Embora as apresentações diferissem,' relatou o Estado de São Paulo (3 Set. 1971, 4), 'o espetáculo em si foi o mesmo: os umbandistas de 'Seu Sete' invadiram o palco (baianas, cantores, pessoas bem vestidas, em 'relações públicas'...) num tumulto indescritível.' A Censura qualificou a apresentação de 'Seu Sete' de 'baixo espiritismo, exploração da crendice popular e favorecimento da propaganda do charlatanismo'; a Igreja [Católica], por intermédio do secretário geral da CNBB, declarou que a 'inclinação à transcendência do povo brasileiro' estava sendo utilizada por 'indivíduos sem escrúpulos, em atividades pseudo-religiosas' (Jornal da Tarde, 3 Set. 1971; apud Mira, 1995, 36)."

À época, afirmou-se que a então a primeira-dama D. Cyla Médici, esposa do presidente Emílio Garrastazu Médici, teria mergulhado em transe, enquanto assistia ao programa (Costa et al., 1986, 249) (op. cit.).

Como consequência, ambas as emissoras de televisão assinaram um protocolo de auto-censura à época.

O nome da entidade também se liga a um momento da carreira do cantor Tim Maia, no início daquela década, quando era adepto da seita Universo em Desencanto, liderada por Manuel Jacinto Coelho.

Tranca Rua

TRANCA RUAS DAS ALMAS


Senhor do mundo espiritual onde está sua origem e sua morada. Senhor dos caminhos, Orixá mensageiro e vencedor de demandas.


Na UMBANDA, Exu Tranca Ruas não é considerado como um Deus, mas como uma entidade em evolução que busca, através da caridade, a evolução de si mesmo. Nao é uma peculiaridade só dos Exus, mas de todos os espíritos no infinito cosmo espiritual. Não existe espírito evoluído,como se fosse um produto acabado. Todos os espíritos, independente da forma, estão em eterna evolução, partindo do pressuposto que só existe um ser plenamente perfeito, um modelo de absoluta perfeição, o próprio Absoluto, “Deus”.


...Em síntese, O grande agente Mágico do Equilíbrio Universal...


É o Guardião dos Caminhos, companheiro dos Pretos Velhos, Caboclos, aparador entre os homens e os Orixás, lutador incansável, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado. Senhor da escuridão e do plano negativo atuam dentro de seus mistérios, regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a humanidade.


Dr. Tranca Ruas o poder de fechar e abrir os caminhos para o ser humano e também de ter as almas perdidas sem luz como escravos para prestar-lhe reverencias e fazer o que ele ordenar. Este é um dos motivos pelo qual ele foi enviado aqui no plano físico, para pegar as almas perdidas e formar uma hierarquia para que todas as almas perdidas fossem transformadas em seu exército, e desta forma encontrem o caminho novamente para a luz através dele mesmo, podendo assim vigiar, receber as oferendas que são depositadas nas ruas de qualquer cidade aonde Exu Tranca Ruas tem o poder absoluto (Dono da Rua).


Seu vestuário é cartola sofisticada de época, sua capa varia nas cores azul turquesa, roxo e negro tendo contrastes em vermelho decorada de safira de preferência amarelo dourada que simboliza sua riqueza e a presença de seu reino. É extremamente educado e fino, poderoso e sinistro. Transita além dos limites monóculos da bondade e da maldade. Sendo um orixá profundamente identifica com os seres humanos. Guardião das casas, das vilas, das pessoas. Exu não tem nada haver com demônios, pois ele é a própria alegria da vida.


Tranca ruas das almas (O Guardião dos Caminhos), não é demônio que muitos acreditam que ele seja. Sua atribuição é trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Não deseja ser amado ou odiado, mas apenas respeitado e compreendido.


...Surpreenda-se com esse Mehi Guardião de Mistérios a serviço da Lei Maior!...


"O Guardião Tranca Ruas pode ser tudo o que queiram, menos como tentam mostrar: Um demônio. Jamais foi ou é o que este termo deturbado significa na atualidade e nem o aceita como qualificativo das suas atribuições: Trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Odeia os que odeiam, sente asco dos blasfemos, nojo dos invejosos, repulsa pelos falsos, ira pelos soberbos e pena dos libidinosos. Saibam que foi um dos Mehis que velaram a descida do "ACH-ME ou MISTÉRIO JESUS CRISTO". Assim é TRANCA-RUAS, Mehi por Origem, Natureza e Formação. Não importa a Religião que tens que guardar, pois nela, dela e para ela, Mehi, sempre será."


Senhor Tranca-Rua das Almas, senhor do Sétimo Grau de Evolução da Lei Maior de Ogum, conhecedor de todas as magias e demandas praticadas por seres sem luz, interceda no caminho de todos os filhos de fé, livrando-nos de toda a energia que possa atrapalhar a evolução de todos os seres iluminados; fazei de meus pensamentos uma porta fechada para a inveja, discórdia e egoísmo.


Dos sete caminhos por ti ultrapassados, foi na rua que passou a ser dono de direito, abrindo as portas para os espíritos que merecem ajuda e evolução e fechando para os que querem praticar a maldade e a inveja contra seus semelhantes. Fazei dos nossos corações o mais puro que nossos próprios atos;


Senhor (Pai) Tranca-Ruas das Almas agradecemos por tudo que fizeste aprender nesta vida e em outras que passamos lado a lado, rogo por vós a proteção, para os irmãos de fé, para toda a família e porque não para todos os inimigos. Abençoe e guarde esses filhos que um dia entenderão o verdadeiro sentido da palavra Umbanda.


Palavra de ordem de Exu é “compromisso”! Por tudo isso ele não é e nem nunca foi traidor ou do “mal”.


Exu não faz mal a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, às vezes com até mais força, os trabalhos que alguns fizeram contra outros. Por isso, algumas pessoas consideram esse Orixá malvado.


Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mal, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.


Para finalizar, se você vier pedir a um “Exu de Lei” para prejudicar alguém... Pode estar certo que você será o primeiro a levar a execução da Justiça. Mas, se a entidade travestida ou disfarçada de Exu aceitar o seu pedido,... No outro lado... Você será apenas cobrado!


Muito grande, muito forte, Seu Tranca Ruas vem trazendo a sorte!


Salihed, Mehi Mahar Selmi Laresh Lach Me Yê!


Saravá, Senhor Exu Guardião Tranca Ruas!


Saravá, Ogum Sete Lanças da Lei e da Vida!


Saravá Pai Ogum!


Saravá Mãe Iemanjá!


Saravá, Regente Oxalá!


Saravá, Umbanda!!!





TRANCA RUA DAS ALMAS


Estava dormindo na beira do mar. (bis)


Quando as almas lhe chamaram pra trabalhar. (bis)


Acorda Tranca-Ruas, vai vigiar. (bis)


O inimigo está invadindo a porteira do curral. (bis)


Bota as mãos nas suas armas, vai guerrear. (bis)


Bota o inimigo pra fora, para nunca mais voltar. (bis)


Tranca-Ruas no reino, Ai meu Deus o que será. (bis)


Bota a chave na porta, Tranca-Ruas vai chegar. (bis)


Ele vem salvar a banda, Com licença de Oxalá. (bis)


Mas ele é, Capitão da Encruzilhada, ele é, Mas ele é, Ordenança de Ogum, Sua coroa quem lhe deu foi Oxalá, Sua divisa quem lhe deu foi Omulú, Mas ele é...


Salve o cruzeiro, salve o sol e salve a lua, Saravá seu Tranca-Ruas, Que corre gira no meio da rua. (bis)


Estava dormindo, Quando a Umbanda lhe chamou, Se levanta minha gente, Tranca-Ruas já chegou. (bis)


Quando a lua surgir, Ele vai girar, ele vai girar, Chegou seu Tranca-Ruas, Para todo mal levar. (bis)


Na fé de meu Pai Ogum, Ele vem trabalhar. (bis)


Mas ele é, mas ele é, mas ele é, Tranca-Ruas das Almas. (bis)


Oi viva as almas, Oi, viva a coroa e a fé, Oi, viva Exu das Almas, Mas ele é Tranca-Ruas Imbaié, Oi, viva as almas!




Loroiê Exu... ...Exu é Mujubá!!!

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